Asma infantil: causas, sintomas e tratamentos
Postado em: 03/04/2023
Uma nova pesquisa, publicada na Lancet, investigou razões que podem justificar crises de asma que não são provocadas por infecções virais. Os cientistas concluíram que o nível de poluição do ar ao qual os menores são expostos em centros urbanos está ligado aos ataques repentinos.
A asma é um problema em que as vias respiratórias de uma criança ficam obstruídas, o que dificulta a capacidade de respirar. Em alguns casos, o pequeno com asma pode ter um ataque repentino, comprometendo seriamente a passagem do ar para os pulmões. O cenário é sério, podendo levar até à morte.
O que é a asma?
A asma é uma alteração que faz com que as vias respiratórias do paciente fiquem inflamadas. Assim, elas incham, dificultando a respiração. Ela é uma doença respiratória bem comum e pode surgir em qualquer momento da vida, sendo extremamente frequente durante a infância. Algumas vezes, inclusive, pode amenizar à medida que a pessoa cresce.
Ela acontece nos pulmões, mais especificamente nos brônquios (tubos e ramificações que fazem com que o ar que respiramos chegue até a área pulmonar). Por conta do estreitamento dessa passagem, pode causar fortes crises.
A asma está catalogada como uma doença crônica, ou seja, que não tem cura. No entanto, ela possui controle e tratamento, ambos muito eficazes. Um paciente asmático pode viver uma vida normal e com muita qualidade.
Como ela se manifesta?
Alguns dos sintomas mais frequentes entre os asmáticos são:
- Respiração pesada e difícil;
- Cansaço aparente, seja em repouso ou após praticar exercícios;
- Lábios e dedos arroxeados;
- Tosse frequente;
- Respiração sonora, ou seja, que produz chiados;
- Dificuldade para se alimentar;
- Sono insuficiente, já que o pequeno acorda muitas vezes durante a noite para tossir e não descansa o bastante.
Causas da asma infantil
Hereditariedade: uma das principais razões pelas quais crianças desenvolvem asma é a genética.
Alergias: é possível que crises alérgicas façam com que os brônquios fiquem inflamados e desencadeiem a asma.
Alimentação: alguns alimentos podem contribuir para a ocorrência da asma. Isso pode acontecer tanto por intolerâncias ou alergias alimentares, quanto pela natural composição de alguns ingredientes.
Prematuridade no nascimento: por nascerem com o sistema respiratório imaturo, os bebês prematuros têm chance maior de desenvolverem asma.
Fumantes no núcleo familiar: crianças que são filhas de mães que fumam durante a gestação aumentam as chances de ter diferenças no desenvolvimento das estruturas pulmonares; menores que convivem com fumantes estão em alto risco de desenvolver doenças respiratórias variadas, incluindo a asma.
Quais são os gatilhos da asma?
A asma não é um problema primário, mas sim secundário. Algo precisa ocorrer para que ela se manifeste no organismo. Confira a seguir quais são esses gatilhos!
- Exposição a alérgenos;
- Alimentação;
- Infecções respiratórias;
- Exposição ao cigarro;
- Mudanças de temperatura.
Diagnóstico
Diagnosticar a asma nem sempre é um processo muito simples, especialmente em crianças que não conseguem verbalizar o que estão sentindo. No entanto, o pneumologista infantil verifica o histórico do paciente e solicita exames para chegar ao diagnóstico.
Confira, a seguir, algumas etapas desse processo!
Exame físico
O primeiro passo para o diagnóstico é o exame físico, no qual o médico examina a criança e coleta informações dos pais ou responsáveis a partir de uma série de perguntas (anamnese).
Exames de imagem
Os exames de imagem, como a radiografia de tórax, podem ser realizados para descartar outros possíveis diagnósticos.
Exames complementares
Há testes complementares que podem ser úteis no tratamento e no diagnóstico da asma. Conheça os principais abaixo:
- Testes para verificar a presença de alergias: fundamentais para ajudar na identificação de gatilhos;
- Gasometria: utilizado para verificar questões como a oxigenação e outros parâmetros sanguíneos;
- Hemograma completo: importante para analisar se há uma infecção presente no organismo;
- Pesquisa de vírus respiratórios: para checar se existe alguma infecção e, então, instituir o melhor tratamento para o caso;
- Pesquisa de tuberculose e covid-19: para excluir as doenças das possíveis causas dos sintomas;
- Espirometria: teste que avalia a função pulmonar, mas que só pode ser feito por crianças acima de 5 anos (e que não tenham suspeita de estar com covid-19).
Como podemos ver, o diagnóstico também passa por uma série de exclusões, que é o processo de garantir que o médico não está lidando com outras doenças além da asma. Assim, um diagnóstico preciso pode ser verificado e a doença pode ser melhor compreendida a partir de outros exames (como a espirometria e o teste alérgico).
Como é feito o tratamento da asma infantil?
O tratamento da asma infantil é feito com a administração de medicamentos. Em alguns casos, eles só são utilizados durante as crises. Em outros, podem ser prescritos mais vezes nos intervalos, a fim de prevenir ou, até mesmo, minimizar sintomas que permaneçam nesse período.
Os medicamentos mais comuns são os corticoides e os broncodilatadores. Normalmente, eles são administrados por meio de nebulizadores ou até mesmo inaladores (a bombinha).
Cada tratamento é único, com remédios e doses personalizados para cada paciente. Além disso, ele pode ser atualizado com frequência, de acordo com os sintomas e espaçamento das crises da criança. Por isso, o acompanhamento regular com o pneumologista infantil é imprescindível.
Seu filho tem asma? Agende uma consulta com a Dra. Ana Carolina Pacheco Nekrycz, Pediatra e Pneumologista Infantil.
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