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O papel do pediatra no manejo da bronquiolite

Postado em: 22/05/2025

A Bronquiolite é uma infecção respiratória comum em bebês, causada principalmente pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Os sintomas mais frequentes incluem tosse, chiado no peito e dificuldade para respirar.

O Papel do Pediatra no Manejo da Bronquiolite

Na maioria dos casos, o tratamento pode ser realizado em casa, com lavagem nasal, hidratação adequada e repouso.

No entanto, o acompanhamento com o pneumologista pediátrico é essencial para monitorar a evolução do quadro, orientar os cuidados e identificar sinais de alerta — como esforço respiratório, coloração arroxeada nos lábios ou extremidades e recusa alimentar.

Neste artigo, vou explicar como atuo no diagnóstico da bronquiolite, no acompanhamento clínico e na prevenção de complicações, sempre priorizando a segurança, o conforto e o bem-estar do seu filho.

O que é bronquiolite?

A bronquiolite é uma infecção viral que atinge os bronquíolos, a parte mais estreita das vias aéreas dos pulmões.

Quando esses canais ficam inflamados, dificultam a passagem do ar, provocando tosse, chiado, respiração acelerada e, em alguns casos, dificuldade para respirar.

Essa condição é mais comum em crianças menores de 2 anos, especialmente durante os meses mais frios. Os principais agentes são o VSR e o rinovírus, embora outros vírus também possam estar envolvidos.

Nos quadros leves, o tratamento é feito em casa com lavagem nasal com soro fisiológico, boa hidratação e repouso.

Já em casos mais intensos — quando há queda da saturação de oxigênio, recusa alimentar ou esforço respiratório — pode ser necessária internação hospitalar, com suporte como oxigenoterapia e hidratação venosa.

Se seu bebê apresentar sintomas respiratórios persistentes ou estiver com dificuldade para mamar ou dormir, é importante procurar avaliação médica. O diagnóstico precoce e o acompanhamento com um pneumologista pediátrico são fundamentais para uma recuperação segura.

Como identificar se é bronquiolite?

O diagnóstico da bronquiolite é predominantemente clínico, baseado na observação dos sintomas e na avaliação física da criança. Durante a consulta, analiso o histórico recente do bebê, observo a forma como respira e realizo a ausculta pulmonar.

Se necessário, posso solicitar exames complementares, como a oximetria de pulso, que mede a saturação de oxigênio no sangue. Em quadros leves, exames laboratoriais ou de imagem não são indicados.

Nos primeiros dias, os sintomas podem se assemelhar aos de um resfriado comum, mas entre o 3º e o 5º dia é frequente a piora do quadro, com chiado no peito, aumento do esforço respiratório e redução do apetite — sinais que exigem atenção redobrada.

Quando a bronquiolite exige mais atenção?

A maioria dos casos de bronquiolite pode ser tratada em casa, com lavagem nasal, hidratação adequada e acompanhamento próximo. No entanto, alguns sinais de alerta indicam a necessidade de reavaliação médica ou encaminhamento ao hospital:

  • Respiração muito acelerada ou com retrações visíveis no tórax;
  • Lábios ou extremidades com coloração arroxeada;
  • Recusa alimentar persistente;
  • Sonolência excessiva ou dificuldade para se manter acordado;
  • Chiado no peito que piora, mesmo com os cuidados habituais.

Se algum desses sinais estiver presente, oriento que os pais busquem avaliação médica imediata. Em determinados casos, o bebê pode necessitar de oxigenoterapia, hidratação venosa e monitoramento hospitalar.

Tratamento da bronquiolite

O tratamento da bronquiolite é de suporte. Como pneumologista pediátrica, sempre reforço que antibióticos não são indicados, já que a doença é causada por vírus. 

O uso de corticoides e broncodilatadores também não é recomendado de forma rotineira, a menos que haja indicação específica, após avaliação criteriosa.

As principais orientações incluem:

  • Lavagem nasal com soro fisiológico, principalmente antes das mamadas e na hora de dormir;
  • Hidratação frequente, com leite materno, fórmula ou água, conforme a idade da criança;
  • Manter o ambiente bem ventilado e livre de fumaça;
  • Uso de antitérmicos apenas se necessário, sempre com orientação médica.

Em algumas situações, posso indicar fisioterapia respiratória, que auxilia na eliminação de secreções e melhora o conforto respiratório. Essa conduta deve ser individualizada e realizada por um profissional especializado em atendimento pediátrico.

Acompanhamento e prevenção de complicações

Nos dias mais críticos da bronquiolite — geralmente entre o 3º e o 5º dia — acompanho de perto a evolução do quadro. A doença costuma durar de 7 a 10 dias, mas a tosse e o chiado residual podem persistir por algumas semanas.

Mesmo após a melhora, sigo acompanhando a evolução clínica, especialmente se os sintomas forem recorrentes. Nessas situações, investigo condições associadas, como asma infantil ou alergias respiratórias.

Para ajudar na prevenção de novos episódios, oriento:

  • Manter o calendário vacinal atualizado, incluindo as vacinas contra gripe e Covid-19;
  • Evitar o contato com pessoas gripadas ou resfriadas;
  • Reforçar os cuidados com a higiene das mãos e limpeza de superfícies;
  • Em bebês com fatores de risco, avalio a indicação de imunização contra o VSR, como o uso do anticorpo monoclonal nirsevimabe, aprovado para prevenir formas graves da doença.

Respiração tranquila, desenvolvimento saudável

Se seu bebê apresenta sintomas respiratórios ou se você tem dúvidas sobre bronquiolite, estou aqui para ajudar. Agende uma consulta comigo e vamos acompanhar juntos a saúde do seu filho com empatia e segurança.

Cuidar da respiração é cuidar também do crescimento e do bem-estar do seu filho!

Dra. Ana Carolina Pacheco Nekrycz
Pediatra Especialista em Pneumologia Pediátrica
CRM-SP: 142.040 | RQE: 49.727 | 497.271

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