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Chiado em Crianças: O que Significa e Quando Procurar Ajuda Médica

Postado em: 10/07/2024

Chiado em Crianças: O que Significa e Quando Procurar Ajuda Médica

A presença de chiado em crianças é algo que nunca deve ser ignorado. Como médica, minha principal preocupação é garantir que o diagnóstico seja feito corretamente para identificar a causa subjacente desse sintoma, que tecnicamente chamamos de sibilância

O tratamento adequado depende diretamente de uma avaliação precisa, já que o chiado pode ser causado por uma série de fatores, como asma, bronquiolite, infecções respiratórias e até mesmo alergias

Hoje, vou explicar mais detalhadamente o que pode causar esse chiado, quando você deve procurar um pediatra e quais medidas podem ajudar a prevenir o problema.

O que causa o chiado em crianças?

O chiado é um som agudo e sibilante que ocorre durante a respiração, mais frequentemente na expiração. Ele pode indicar que há algum grau de obstrução ou estreitamento nas vias aéreas, o que impede a passagem adequada do ar. 

As causas podem variar bastante, e é essencial entender que a sibilância pode ser um sintoma de diversas condições, desde infecções passageiras até doenças crônicas. A seguir, vou listar algumas das causas mais comuns de chiado em crianças:

  • Asma: A asma é uma das causas mais frequentes de chiado em crianças. Trata-se de uma doença crônica que causa inflamação das vias aéreas, levando a episódios recorrentes de sibilância, falta de ar, tosse e aperto no peito. Na maioria das vezes, o chiado em crianças asmáticas piora à noite ou durante atividades físicas.
  • Bronquiolite: A bronquiolite é uma infecção viral das vias aéreas inferiores que afeta principalmente bebês e crianças pequenas. Ela provoca inflamação nos bronquíolos, o que pode levar ao chiado e dificuldade respiratória. O vírus sincicial respiratório (VSR) é um dos agentes causadores mais comuns da bronquiolite.
  • Infecções respiratórias: Resfriados, gripes e até mesmo pneumonia podem causar inflamação nas vias aéreas, resultando em chiado. Nesses casos, o chiado é geralmente temporário e melhora conforme a infecção é controlada.
  • Alergias respiratórias: Crianças que são alérgicas a substâncias como ácaros, pólen, pelos de animais ou mofo podem desenvolver sibilância como parte de uma reação alérgica. Nesses casos, é importante identificar os alérgenos e tomar medidas para evitar a exposição.
  • Refluxo gastroesofágico (RGE): Embora seja mais comum em bebês, o RGE também pode ocorrer em crianças maiores. O ácido do estômago que retorna ao esôfago e às vias aéreas pode causar irritação e, consequentemente, chiado.
  • Anomalias estruturais: Em alguns casos raros, crianças podem ter anomalias estruturais nas vias aéreas que causam chiado. Essas condições costumam ser diagnosticadas cedo, mas requerem acompanhamento especializado.
  • Fatores ambientais: A exposição a fumaça de cigarro, poluição do ar ou ambientes com ventilação inadequada pode agravar ou desencadear episódios de sibilância, especialmente em crianças já predispostas a problemas respiratórios.

Quando procurar ajuda de um pediatra para avaliar o chiado em crianças?

Saber quando buscar ajuda médica é essencial para garantir a saúde respiratória do seu filho. Sempre recomendo que os pais fiquem atentos a sinais que podem indicar a necessidade de uma avaliação mais detalhada. 

Você deve procurar um pediatra imediatamente se a criança apresentar chiado persistente ou recorrente, especialmente se houver outros sintomas preocupantes, como:

  • Dificuldade para respirar ou respiração acelerada;
  • Sinais de desconforto respiratório, como retrações do tórax ou narinas dilatadas;
  • Cianose, que é a coloração azulada nos lábios ou nas unhas, indicando falta de oxigênio;
  • Incapacidade de se alimentar ou dormir devido à sibilância.

Além desses sinais de alerta, outros fatores também exigem atenção médica, como:

  • Chiado em bebês com menos de 12 meses;
  • Episódios frequentes de chiado, mesmo que sejam leves;
  • Falta de resposta aos cuidados caseiros habituais;
  • Histórico de asma ou alergias na família;
  • Presença de outras condições de saúde que possam estar relacionadas ao chiado.

Se você perceber qualquer um desses sintomas ou estiver preocupado com o chiado do seu filho, não hesite em procurar um especialista. 

O pediatra pode realizar um exame clínico completo, fazer perguntas sobre o histórico de saúde da criança e, se necessário, solicitar exames complementares para chegar a um diagnóstico preciso.

Quais fatores minimizam o risco de chiado em crianças?

Há várias maneiras de reduzir o risco de episódios de chiado e melhorar a saúde respiratória das crianças. Muitas dessas medidas envolvem a adoção de hábitos saudáveis e a criação de um ambiente favorável para a respiração. 

Aqui estão algumas recomendações que podem ajudar a minimizar o risco de chiado:

  • Aleitamento materno: O aleitamento materno exclusivo nos primeiros meses de vida está associado a um menor risco de desenvolvimento de doenças respiratórias. O leite materno contém anticorpos que ajudam a fortalecer o sistema imunológico do bebê.
  • Ambiente livre de fumo: A exposição à fumaça de cigarro é um dos maiores fatores de risco para problemas respiratórios em crianças. Garantir que a criança esteja em um ambiente livre de fumaça é essencial.
  • Vacinação adequada: Manter as vacinas em dia é fundamental para prevenir infecções respiratórias que podem causar chiado. Siga sempre o calendário de vacinação recomendado pelo pediatra.
  • Controle de alérgenos: Se a criança for alérgica, é importante minimizar a exposição a alérgenos como ácaros, pelos de animais, pólen e mofo. Além disso, evite produtos químicos fortes ou sprays que possam irritar as vias aéreas.
  • Ambiente limpo e higienizado: Mantenha a casa limpa e ventilada. Utilize métodos adequados de limpeza para reduzir a presença de poeira e outros irritantes que podem desencadear crises de sibilância.
  • Prevenir infecções respiratórias: Ensine a criança a lavar as mãos com frequência e evite o contato com pessoas doentes, especialmente durante surtos de doenças respiratórias.
  • Controle de alergias: Se a criança já foi diagnosticada com alergias, siga as orientações do médico para o controle adequado. Isso pode envolver o uso de medicamentos antialérgicos ou a adoção de medidas preventivas no ambiente.
  • Manter umidade adequada no ambiente: Ambientes muito secos podem ressecar as vias aéreas e aumentar o risco de irritação e sibilância. Use um umidificador em dias secos para manter a umidade adequada.
  • Evitar produtos tóxicos: Reduza o uso de produtos de limpeza agressivos e materiais de construção que possam liberar substâncias tóxicas no ar.

A importância de um acompanhamento médico

Minimizar o risco de chiado em crianças envolve uma abordagem proativa e a adoção de medidas preventivas. No entanto, cada criança é única, e o que funciona para uma pode não ser adequado para outra. 

É por isso que o acompanhamento médico regular é tão importante. Realizar consultas periódicas com o pediatra não apenas permite monitorar a saúde respiratória da criança, mas também possibilita a detecção precoce de problemas que possam estar relacionados ao chiado.

Se você tem observado chiado no seu filho ou está preocupado com qualquer outro sintoma respiratório, recomendo que agende uma consulta comigo

Juntos, podemos avaliar o quadro da criança, identificar a causa subjacente do chiado e determinar o tratamento mais adequado para garantir o bem-estar e a saúde respiratória dela.

Não hesite em buscar ajuda médica. A prevenção e o tratamento adequado são essenciais para evitar complicações e garantir que seu filho tenha uma respiração saudável e tranquila.

Dra. Ana Carolina Nekrycz Pacheco
Pediatra Especialista em Pneumologia Pediátrica
CRM-SP: 142.040 | RQE: 49.727 | 497.271 


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