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Bronquiolite: o que é, como identificar e como tratar

Postado em: 06/03/2023

A Bronquiolite é uma infecção nos bronquíolos, ramificações dos brônquios que levam oxigênio aos pulmões. Em geral, sua causa é o vírus sincicial respiratório (VSR), que ataca principalmente crianças até os 2 anos. Essa invasão propicia um excesso de muco nos tubinhos por onde o ar passa, comprometendo a captação de oxigênio. Entre os sintomas, o bebê fica com dificuldade para respirar.

Os pequenos são as vítimas preferenciais da bronquiolite, porque seu sistema imune ainda não está maduro para combater direito o agente viral. O VSR é altamente contagioso – ele é transmitido pelo ar, por toque e mesmo por objetos contaminados.

Estima-se que, até os 3 anos, 90% das crianças já terão entrado em contato com o vírus sincicial respiratório. Prematuros e bebês com menos de seis semanas de vida ou com doenças crônicas pulmonares ou cardíacas devem ter cuidado especial. Aqueles com deficiências imunológicas também.

Essa infecção, aliás, é uma das principais causas de internação entre crianças que ainda mamam. Se a bronquiolite não for tratada, pode provocar desidratação, insuficiência respiratória e evoluir para pneumonias, quando outras áreas dos pulmões são afetadas por micro-organismos.

Quais são os sintomas?

Os sintomas iniciais da bronquiolite são bem parecidos com os de um resfriado: nariz entupido, coriza e tosse, que podem ser ou não acompanhados de febre.

– Chiado no peito.

– Respiração ofegante.

– Nariz congestionado.

– Tosse, sobretudo na hora de dormir.

– Tórax inflado (com aspecto semelhante a uma sanfona).

– Vômito.

É diferente de bronquite?

Sim. A bronquite é o nome popular usado para descrever quadros de asma, que é uma inflamação crônica das vias aéreas, levando a quadros de tosse e falta de ar. Há tratamento específico e que deve ser feito tanto na crise quanto fora dela para se evitar novos episódios. 

Tradicionalmente, a bronquiolite é o primeiro episódio de sintomas respiratórios associados ao chiado no peito em crianças pequenas. A transmissão se dá através de partículas respiratórias contaminadas.

Diagnóstico

Quando mais cedo for detectada a infecção dos bronquíolos, mais rápido e eficaz será o tratamento. Ao surgirem os primeiros sintomas, é importante levar a criança ao pediatra ou hospital. O exame físico, somado a testes complementares como raio-x do tórax, confirma o diagnóstico.

Como tratar a bronquiolite?

Normalmente, o tratamento da bronquiolite pode ser feito em casa. Inalações com soro e medicamentos anticongestionantes tendem a fazer o muco se desgrudar das vias aéreas, melhorando a respiração — tudo, claro, tem de ser prescrito pelo médico. Nem pense em adotar antibióticos por conta própria. Essa classe de remédios se presta a enfrentar bactérias, e a infecção aqui é disparada por vírus.

A hidratação e a amamentação fecham o plano de recuperação do bebê. Nos episódios mais graves, em que ocorre desidratação ou insuficiência respiratória, a criança precisa ser hospitalizada.

A internação só é necessária quando a criança precisa de cuidados mais específicos no hospital, como hidratação (receber soro por via venosa), oxigenoterapia (aplicação médica de oxigênio, que pode ocorrer por inalação) e de fisioterapia respiratória (exercícios que ajudam a eliminar secreções), para que o desconforto seja atenuado. 

Prevenção

Ainda não existe vacina contra o vírus sincicial respiratório. Como se espalha pelo ar com facilidade, o ideal é evitar situações que expõem o bebê a grandes aglomerações, em especial nas primeiras seis semanas de vida.

Também se deve evitar o contato da criança com adultos com sintomas de gripe ou resfriado — nada de colo ou carinho nessas ocasiões. Esses cuidados merecem ser redobrados no inverno, quando o vírus se dissemina com maior facilidade. 

Não é preciso, obviamente, deixar seu filho confinado durante essa estação, mas vale priorizar a estada em ambientes ventilados. Outra medida indicada para a prevenção é que os pais caprichem na limpeza das mãos, usando sabão ou álcool em gel.

Há um medicamento chamado palivizumabe que age preventivamente por um mecanismo de imunização passiva. Embora não seja uma vacina – ele não estimula o organismo a produzir anticorpos contra o VSR –, o remédio oferece, digamos, anticorpos artificiais, que protegem o paciente por algum tempo. As doses são mensais e costumam ser dadas no período de maior circulação do vírus.

Mas atenção: ele é indicado somente para os bebês mais vulneráveis aos danos do vírus sincicial respiratório. E só uma avaliação médica criteriosa é capaz de estabelecer isso.

Como acontece a transmissão do VSR?

A transmissão do vírus sincicial respiratório (VSR) se dá de duas formas: de pessoa para pessoa ou pelo contato com superfícies contaminadas. Para evitar que isso aconteça, alguns cuidados são fundamentais:

– Evite o contato das crianças com adultos que apresentem sintomas de resfriado ou gripe.

– Fique longe de aglomerações de pessoas.

– Invista sempre na higiene correta das mãos: em você, no seu filho e em todos que convivem com ele.

– Amamente: o leite materno é fundamental para fortalecer o sistema imunológico da criança.

Seu filho apresenta sintomas de bronquiolite? A Dra. Ana Carolina Pacheco Nekrycz é referência em Pediatra e Pneumologista Infantil. Agende sua consulta

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